terça-feira, 17 de março de 2015

O Classista Nº 4

                                                            O CLASSISTA
                 Goiás, primeiro semestre de 2015 - Boletim número 4 da Oposição CCA
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                                  ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL É UM DIREITO!

A Assistência Estudantil é um direito e não um favor cedido pela universidade; a grande maioria de estudantes que ingressam anualmente e/ou semestralmente na UFG não tem acesso a Assistência Estudantil, por conta da burocracia da própria universidade e por mecanismos excludentes que a UFG implanta para assegurar um menor número de contemplados. A vida de estudantes na UFG se torna cada vez mais difícil devido às pouquíssimas condições de permanecer na universidade e fazer um curso de graduação com qualidade. Muitos/as tem que trabalhar para conseguir sobreviver enquanto está na graduação, além de outro/as desistirem ou trancarem o curso por não terem mínimas condições de continuar devido ao descaso que resulta na falta de assistência médica e psicológica, creches, restaurantes e residências universitárias e bolsas de pesquisa, ensino e extensão de qualidade. Além disso, a assistência para mães trabalhadoras é ainda mais precária; além dos problemas citados enfrentamos também questões relativas à infraestrutura das unidades, como a falta de iluminação que gera insegurança principalmente para as mulheres ao caminhar pela universidade. Nos campi do interior, não há Restaurante Universitário e nem moradia estudantil, reforçando ainda mais o descaso que há UFG possui com os estudantes.
O REUNI (implantado por Lula/PT -2007) foi um projeto de expansão de vagas que foi implantado dentro das universidades públicas federais. Juntamente com esse projeto, não houve aumento do repasse de verbas para assistência aos estudantes, não houve melhorias na estrutura física das unidades, sobretudo, da Casa do Estudante Universitário e não existiu aumento significativo no quadro de trabalhadores/as na universidade. Portanto, o que sucedeu com a implantação do REUNI foi um sucateamento da universidade pública, gerando uma política excludente e precarizada para os alunos e sobrecarregando os trabalhadores das universidades, sobretudo, os/as trabalhadores terceirizados/as.  
A Bolsa Permanência que temos em vigor no valor de R$ 400,00 (mensal) é liberada para uma porção mínima de estudantes. Alguns estudantes que são moradores da CEU não são contemplados com essa bolsa. O salário mínimo aumenta anualmente e a bolsa permanência não é reajustada. Lutemos por um aumento no valor da bolsa permanência e para que todos/as estudantes do povo tenham acesso à Assistência estudantil na UFG!  
Em maio de 2014 ocorreu uma ocupação de estudantes na reitoria da UFG pela implantação de mais políticas de Assistência Estudantil. A Bolsa Alimentação estava atrasada e ocorriam diversos problemas estruturais na CEU. Após manifestações e a ocupação da reitoria, as verbas da bolsa alimentação foram liberadas.  
Diante desse descaso e falta de assistência que estamos sofrendo, nós da RECC (Rede Estudantil Classista Combativa) compreendemos que somente a organização dos estudantes irá trazer conquistas em suas reivindicações. Fazemos um chamado para construir um movimento estudantil classista e combativo. Que possamos lutar através da ação direta para assegurar nossos direito dentro da universidade.                                        
Pela permanência de estudantes do povo na UFG! Pela expansão do número de bolsas! Pela melhoria da qualidade das Residências e Restaurantes Universitários! Por uma política de Assistência efetiva para as mulheres e mães! Por creches Universitárias! Nem ENEM, nem vestibular: livre acesso já!                                    ___________________________________________________________________________________________
Educação: barrar os ataques do governo com organização e luta!


Tivemos lutas e organizações de diversos setores da classe trabalhadora no decorrer dos anos de 2013 e 2014. Podemos citar a greve dos garis que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no mês de Março de 2014, a greve dos professores da Rede Municipal de Goiânia, e o exemplo de trabalhadores/as rodoviários/as da capital goianiense, que optaram pela paralisação no ano de maio de 2014. Essas categorias tinham como reivindicação central: melhorias de salários e conquistas trabalhistas que não estavam sendo cumpridas por parte do governo e empresas. 

No ano de 2013, através da auto-organização de trabalhadores e estudantes, ação direta e resistência,conseguimos barraro aumento das tarifas de ônibus em Goiânia.  Por outro lado, entre o final de 2014 e início de 2015, a UFG assinou acordo com a EBERSH(Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e o Hospital das Clinicas foi privatizado, afetando a oferta pública de saúde. Além de questões que apontam a perca de autonomia da universidade, direitos trabalhistas serão afetados, e cortes nos “gastos” serão feitos pela a empresa que gerenciará o hospital.

Através do Movimento Estudantil, a tentativa de diálogo sem sucesso junto à reitoria contra a adesão da EBSERH, mostrou que não houve uma discussão democrática nos espaços com os estudantes, professores e técnicos. Estudantes foram atropelados pelo autoritarismo da Reitoria e conchavo de diretores de unidades acadêmicas, que ocasionou a privatização do HC, refletindo a política neoliberal oriunda do governo de Dilma/PT. Ou seja, a expressão de mais um recente ataque neoliberal que atinge a educação brasileira. Dilma/PT afirmou que seu governo terá como lema, a máxima: “Brasil, Pátria Educadora”, logo em seguida, declarou o corte de 7 bilhões de reais nos gastos com educação.No estado de Goiás, há um projeto promovido pela articulação neodesenvolvimentista do governo de Marconi Perillo/PSDB: as OS(Organizações Sociais) instauradas nas instituições educacionais. Isso quer dizer que escolas estaduais de Goiás serão gerenciadas com a perspectiva do lucro e retenção de gastos públicos.

Um dos marcos da politica de Marconi, será a ausência de Concursos Públicos. A admissão de trabalhadores será realizada por meio de contratos, gerando mais precarização no trabalho docente. Essa lógica promove um discurso embasado na meritocracia entre os professores, muitas vezes culpabilizando-os pelo fracasso escolar, além de dividir a categoria e gerar um controle maior por parte do Estado sobre os trabalhadores. Até o momento, a categoria docente e estudantil não se organizou de forma efetiva para barrar essa ofensiva à educação no estado de Goiás.
                Ataques neoliberais constantes contra o povo serão realizados ao longo desse ano, por isso, é importante nos organizarmos e lutar contra essa nova fase que os governos do PT e PSDB vem implantando no Brasil e em Goiás. É necessário uma organização da classe trabalhadora que se paute pela atuação específica nos nossos locais de estudo, trabalho e moradia, que não tenha nenhuma ilusão nas políticas governistas. 


                   Abaixo a EBSERH!Contra o aumento das tarifas dos transportes
                                                       coletivos em todo o Brasil!
                                        Abaixo o corte de 7 bilhões na Educação!
                                           Lutar para estudar, estudar para lutar!

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